terça-feira, 22 de junho de 2010

Pessimismo

O telefone toca às 3 horas da manhã. Acordo de súbito e prendo a respiração, meio incrédula. Acredito em ditados populares, e por isso sei que notícias ruins só chegam de madrugada. Abro os olhos, mas meu gesto não faz diferença alguma.

Cenas horríveis tomam conta da minha cabeça. Será que aconteceu algo com a minha avó, que já está muito velha? Ou meu tio enfermo teve uma piora sinistra?

E agora? Atendo, ou deixo que outra pessoa faça tal serviço doloroso?

Sou covarde e acabo escolhendo a segunda opção. Uma voz interna me diz que se eu atender ficarei estupefata, horrorizada. Não. Hoje não quero um sentimento forte. Se for pra sentir algo ruim, que seja a minha habitual apatia. Pelo menos estou acostumada ao nada.

Alguém atende. Gritos. Era uma banalidade.

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