sexta-feira, 18 de março de 2011

Quebrou

O mar estava quieto. Eu conseguia boiar tranquilamente, de olhos fechados e com um largo sorriso no rosto. Se naquela hora alguém tivesse me falado que logo a situação ficaria lastimável, eu certamente riria da pessoa.

Mas agora devo rir de mim mesma, já que eu estava completamente equivocada. As ondas chegaram brutais. O céu fechou. O azul virou cinza e o cinza virou um devastador tornado, que saiu devorando os meus sonhos mais transparentes.

No começo, até pareceu que aquilo tudo fosse ser apenas mais uma tempestade em copo d’água. Mas então a tempestade quebrou o copo.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Respostas

Está se perguntando o motivo do meu sono crônico? É que viver anda tão desgastante, que eu prefiro fechar os meus olhos e me esquecer de tudo.

Está se perguntando o motivo das minhas feições sérias? É que as minhas razões para sorrir escorreram junto com as lágrimas de janeiro.

Está se perguntando o que são esses cortes nas minhas pernas? É que a dor física me faz esquecer da dor emocional.

Está se perguntando o motivo pelo qual eu saio chorando do banho? É que eu olhei o meu corpo no espelho.

Está se perguntando porque eu não tomo anti-depressivos? É que, na verdade, eles nem fazem mais efeito.

Está se perguntando porque eu não tento ser feliz? É que não há alternativas. O meu céu está cinza, o meu copo está meio vazio, o meu sangue está preguiçoso e a minha auto-estima está morta.

Está se perguntando porque eu não me matei ainda? É que eu acredito que, de alguma forma, ainda conseguirei superar os meus fantasmas.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Nada mais

Enquanto a chuva torrencial cai lá fora, estou aninhada a você. Faz frio, o que só aumenta a doçura do nosso abraço. Eu tenho medo de raios, sabia? Você ri de mim e diz que isso é coisa de criança, antes de me beijar delicadamente.

Enquanto as ondas molham a areia da praia, estou aninhada a você. Faz calor, o que só aumenta o suor de nossas mãos entrelaçadas. Eu odeio sargaços, sabia? Você ri de mim e diz que isso é coisa de criança, antes de me beijar delicadamente.

Enquanto os meus fantasmas insistem gritar comigo, estou aninhada a você. Faz desespero, o que só aumenta o fluxo de lágrimas. Eu odeio certas lembranças, sabia? Você ri de mim e diz que isso é coisa de criança, antes de me beijar delicadamente.

E eu me sinto melhor, porque sei que você tem razão: estamos juntos e nada mais importa.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu e você

Você é sensível. Você me compreende. Você interrompe com beijos os meus monólogos cheios de filosofia chata e sem sentido. Você gosta de brincar comigo na chuva. Você acha que minhas infantilidades são adoráveis. Você não sabe cozinhar, mas faz um miojo pra mim como se fosse a coisa mais sagrada do mundo. Você jura que vai me amar pra sempre. Você só existe quando eu fecho os olhos.

Eu sou sensível. Eu te compreendo. Eu me derreto quando sinto você sorrir no meio de um beijo. Eu gosto de caminhar de mãos dadas na calçadinha da praia. Eu te abraço repentinamente, em uma situação fora de contexto. Eu levo seu café-da-manhã na cama após uma noite de intermináveis carinhos. Eu juro que vou te amar pra sempre. Eu só estou te esperando.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ao amor da minha vida,

Quando eu te encontrar, serei uma amante coruja. Do tipo que leva café na cama, que sente ciúmes das suas amigas, que te faz sorrir quando tudo parece estar errado, que diz “eu te amo” em uma situação completamente fora de contexto, e que teima em te explicar todo dia porque se apaixonou. Te darei quantos filhos você quiser, te amarei quantas vezes você precisar, morarei onde você preferir e sussurrarei no seu ouvido que o nosso amor nunca vai acabar.

Agora só falta você aparecer.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Self

Não pense que aprendi a me amar; duvido que isso aconteça algum dia. Apenas estou me valorizando um pouco mais, porque sei que nem todo mundo fará isso por mim.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Fim

Tentei escrever um texto amargo pra você, mas não consegui pensar em nada que preenchesse o papel de uma forma condizente aos meus pensamentos. E sabe por quê? Porque você já morreu.